Fala e Escrita: Propostas didáticas para os anos
iniciais do ensino fundamental
Débora amorim Gomes
da Costa
O desejo de que os
brasileiros alfabetizados possam ir além da leitura, conseguindo entender o que
lêem é, não só de governantes, cobrados por vários setores da sociedade, mas
também de educadores esperançosos de ver essa realidade mudada. Quando li o
texto da Débora Costa, percebi que estou dentro da estatística de analfabetismo
funcional. Acredito que não entendi muito bem o que ela esta tentando transmitir
com sua pesquisa. Não quero ser chata, porém tudo parece artificial. A
linguagem padrão que ela utiliza leva a uma dificuldade de interpretação do que
é dito. Pelo menos por mim. Quando li o
texto pela 1ª vez lembrei-me de um livro que li ano passado, e fui logo procurá-lo. A Língua de Eulália, Marcos Bagno.
Eu acho pertinente a
preocupação didática sobre a relação fala-escrita, mas “tratar” esse assunto,
acredito, passa por atualização pedagógica sobre as diferenças linguísticas de
um pais, principalmente o nosso com dimensão continental. Quantas línguas se
fala no Brasil? Existe realmente uma unidade linguística? Se a resposta é sim,
quero lembrar as línguas indígenas sobreviventes e as comunidades de imigrantes
estrangeiros que mantêm viva a língua de seus patriarcas. Os “gêneros diferenciados”,
citados pela autora, encontram eco no autor Marcos Bagno, quando ele afirma: “...
há diferenças fonéticas
(modo de pronunciar os sons da língua), diferenças sintáticas (modo de
organizar as frases e as orações), diferenças lexicais (palavras que existem
num lugar e não existem em outro), diferenças semânticas (significados diferentes
para uma mesma palavra),...” . A pesquisa a meu ver seria mais útil
se demonstrasse que uma proposta oficial para ensino da língua materna, é
oferecida para todo o Brasil sem considerar essas diferenças. Acredito que uma unidade é desejada, porém, há
diferenças geográficas, de gênero, socioeconômica, etária, de nível de instrução,
urbana, rural... Não acredito que uma unidade seja possível.
Marcos Bagno faz uma
diferenciação entre ensinar e educar que pode mostrar a dimensão do abismo que
separa a ação pedagógica de uma e outra “...o verbo “ensinar”... provém do latim in+signo, isto é, “por um sinal em” alguém, e implica uma ação de
fora para dentro, implantar alguma coisa (um signo ou um conjunto de significados)
na mente de alguém. Já “educar” vem de ex+duco,
“trazer para fora, tirar de, dar à luz” num movimento que se faz na direção
oposta à de “ensinar””. Quando li o texto me senti sendo ensinada.
Sinto muito Ivan se não era bem isso
o que você queria sobre o texto da Débora.