domingo, 9 de dezembro de 2012


Fala e Escrita: Propostas didáticas para os anos iniciais do ensino fundamental

Débora amorim Gomes da Costa

 

O desejo de que os brasileiros alfabetizados possam ir além da leitura, conseguindo entender o que lêem é, não só de governantes, cobrados por vários setores da sociedade, mas também de educadores esperançosos de ver essa realidade mudada. Quando li o texto da Débora Costa, percebi que estou dentro da estatística de analfabetismo funcional. Acredito que não entendi muito bem o que ela esta tentando transmitir com sua pesquisa. Não quero ser chata, porém tudo parece artificial. A linguagem padrão que ela utiliza leva a uma dificuldade de interpretação do que é dito. Pelo menos por mim.  Quando li o texto pela 1ª vez lembrei-me de um livro que li ano passado, e fui logo procurá-lo. A Língua de Eulália, Marcos Bagno.

Eu acho pertinente a preocupação didática sobre a relação fala-escrita, mas “tratar” esse assunto, acredito, passa por atualização pedagógica sobre as diferenças linguísticas de um pais, principalmente o nosso com dimensão continental. Quantas línguas se fala no Brasil? Existe realmente uma unidade linguística? Se a resposta é sim, quero lembrar as línguas indígenas sobreviventes e as comunidades de imigrantes estrangeiros que mantêm viva a língua de seus patriarcas. Os “gêneros diferenciados”, citados pela autora, encontram eco no autor Marcos Bagno, quando ele afirma: “... há diferenças fonéticas (modo de pronunciar os sons da língua), diferenças sintáticas (modo de organizar as frases e as orações), diferenças lexicais (palavras que existem num lugar e não existem em outro), diferenças semânticas (significados diferentes para uma mesma palavra),...” . A pesquisa a meu ver seria mais útil se demonstrasse que uma proposta oficial para ensino da língua materna, é oferecida para todo o Brasil sem considerar essas diferenças.  Acredito que uma unidade é desejada, porém, há diferenças geográficas, de gênero, socioeconômica, etária, de nível de instrução, urbana, rural... Não acredito que uma unidade seja possível.

Marcos Bagno faz uma diferenciação entre ensinar e educar que pode mostrar a dimensão do abismo que separa a ação pedagógica de uma e outra “...o verbo “ensinar”... provém do latim in+signo, isto é, “por um sinal em” alguém, e implica uma ação de fora para dentro, implantar alguma coisa (um signo ou um conjunto de significados) na mente de alguém. Já “educar” vem de ex+duco, “trazer para fora, tirar de, dar à luz” num movimento que se faz na direção oposta à de “ensinar””. Quando li o texto me senti sendo ensinada. Sinto muito Ivan se não era bem isso o que você queria sobre o texto da Débora.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Eu,

Oriunda de escola pública em todos os segmentos, fui alfabetizada aos sete anos. Tinha aproximadamente 9 anos quando recebi de meus pais a coleção de Monteiro Lobato. Capa dura, com tamanho aproximado de folha A4, cada página cheia de ilustrações e convites para seguir caminhos de sonhos, usando a imaginação com eu nunca havia usado antes. Fiquei viciada. Nunca mais parei de ler. Como dito por você, em aula, até notícias de jornal velho me interessavam. Não sei quantas vezes invadi minha pequena escola primária, nos fins de semana, para sorrateiramente tirar livros cheios de poeira de uma sala sempre fechada e lê-los de maneira ávida, sem parar, sem quase respirar, envolvida em sentimentos ambíguos: alegria e preocupação.
Gibis, fotonovelas, livros de bolso, revistas, periódicos, sei lá, tudo que podia. No 2º segmento meus professores me abasteciam, louvado seja Deus pela vida deles. Eu quase enlouquecia nas férias.
Eu lembro muito de uma colega que a mãe passava roupa para famílias residentes na zona sul e tinha sempre em sua casa revistas, gibis e fotonovelas que trazia de seu trabalho. Eu a tratava como super amiga, e lia tudo que chegava.
No ensino médio descobri os sebos. Até hoje perambulo por sebos e feiras. Nenhum livro que me indiquem deixo de folhear. Meu tema preferido? Não tenho! Cresci lendo Azimov, adoro ficção, O Morro dos Ventos Uivantes marcou minha adolescência, adoro romance, Xogum li três vezes, adoro história, Castro Alves, José de Alencar, Machado de Assis, sonho ter tempo para relê-los. Embaixo da minha arvore de natal tem três livros: Não consigo emagrecer, 1822, o futuro da humanidade. Sou eclética. Durante a greve li três livros, A Casa de Vidro, O Livreiro de Cabul e Infiel. Atualmente estou lendo Pioneiros e Bandeirantes (Viana Moog), excelente. Gostei muito de você Ivan.